Trinta anos atrás, meus passos
Luiz Silva
Trinta anos atrás, meus passos eram leves, guiados pela ilusão de invencibilidade. A sabedoria era um horizonte distante, um prêmio a ser conquistado com o passar dos anos. Hoje, com o corpo marcado pelo tempo e a alma carregada de cicatrizes, percebo que a sabedoria prometida era apenas um mito.
O autoconhecimento, outrora farol em meio à escuridão, se revela como um espelho implacável. Nele, vejo as mesmas dúvidas, os mesmos medos que me acompanham desde a juventude. As mentiras que propagava, as máscaras que usava para esconder minhas inseguranças, perdem o poder diante da verdade nua e crua.
Cansado de fingir, cansado de dançar ao ritmo da ilusão, me refugio em um canto do baile. Observo as máscaras girando, cada uma representando um papel na grande farsa da vida. Jovens e velhos, todos dançam a mesma melodia, acreditando em suas próprias mentiras.