Olá eu sou a catarina e eu sou o Rodrigo
Catarina Halimon 9E AP-04
Era um dia já quente, azul-ferrete, com um desses rutilantes sóisde festa que inflamam as pedras da rua, douram a poeirada baça do ar,põem fulgores de espelho pelas vidraças, dão a toda a cidade essabranca faiscação de cal, de um vivo monótono e implacável, que na len tidão das horas de Verão cansa a alma, e vagamente entristece. NoLargo dos Jerónimos, silencioso, e a escaldar na luz, um ónibus espe rava, desatrelado, junto ao portal da igreja. Um trabalhador com o filhoao colo, e a mulher ao lado no seu xale de ramagens, andava ali, pas mando para a estrada, pasmando para o rio, a gozar ociosamente o seudomingo. Um garoto ia apregoando desconsoladamente programas dascorridas que ninguém comprava. A mulher da água fresca, sem fregue ses, sentara-se com a sua bilha à sombra, a catar um pequeno. Quatropesados municipais a cavalo patrulhavam a passo aquela solidão. E àdistância, sem cessar, o estalar alegre de foguetes morria no ar quente.No entanto o trintanário continuava debruçado na guarita, sempoder arranjar lá dentro o troco de uma libra.